sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

“The Slow Rush” na sensibilidade de Kevin Parker


O Tame Impala lançou disco a pouco tempo, em um hiato de alguns anos vieram com uma temática que mais parece uma viagem do que algo novo ou velho, na realidade há de se perceber, sentir e notar todos os discos e músicas já feitas pela banda nesse disco, como uma lenta transição de sensibilidades. O disco foi produzido, mixado e tocado todos os instrumentos por Kevin Parker, onde
trouxe muito do seu estilo e gosto musical próprio para o disco, tendo até umas batidas bem pop com um ritmo de 80’ bem nítido, deixando um pouco as distorções e solos de guitarra um pouco de lado. Em diversas entrevistas de promoção do novo disco o próprio Kevin afirma que esse é o disco onde ele se deixou mais fluir e liberou de forma mais ampla sua criatividade intrínseca, sendo algo bem sentimental dele mesmo, não importando tanto em como fosse soar no fim, mas sim em fazer algo que tocasse ele no fundo. Mas tratando mais de discorrer do disco, ele se inicia com a transcendental “One more year” e finaliza o disco com “One more hour” que levanta a questão de que ao decorrer de um ano por completo, sempre ao fim aparentamos pedir um pouco mais de tempo, uma hora pelo menos. Difícil é argumentar o sentimento de Kevin e como ele tenta explorar e expor aos seres humanos
(nós), porque é de uma complexidade bem densa que não é perceptível tão fácil assim, como em “Instant Destiny” que vem depois da abertura do disco e te coloca pra chacoalhar de um lugar até Miami, onde qualquer poção mágica possa te ferver do início ao fim, e que nenhum destino é longe demais e sim o instante deve ser o mais importante, de algo desconecto você junta uma parte a outra e consegue entrar um pouco na mente dele, de certa forma essa daí soa com uma forma motivacional. E a fortíssima “Posthumous Forgiveness” que vem como uma carta a alguém que se foi e ele ainda tem vontade de mostrar o que realmente se tornou , aparentemente é ao seu pai que ele gostaria de proclamar várias falas, como na letra ele cita histórias de andar em Abbey Road e até mesmo a conversa com Mick Jagger, ela é densa e absurdamente melancólica, mas com o instrumental deixando bem forte os novos toque de parker ao mundo da
música, dentro da mesma música aparenta ter lado A-B porque muda muito a sonoridade, é uma das melhores viagens do disco! Venha com a doce “On Track” que faz toda sua aceleração do dia se diminuir e você só quer sentir, sentir e sentir mais e mais, dizendo que está em um caminho mais certo e que tudo há de ficar bem, é uma carta doce de que conseguiu seguir em frente, como se em algum período desses anos algo o fez duvidar de si e ele continua nesse caminho certo e bem, seguindo sempre. Agora vem dançar em uma discoteca porque estou falando de “It is true” , nela a batida te contagia e te coloca com um frenesi intenso de dança, sem guitarras mas com muito sintetizador, a voz mais aguda no disco com mudanças pontuais pro grave, vai ditando como se deve dançar com a sua verdade. Mas o fechamento do disco com ‘One more hour” é uma explosão, é sensacional e beira a
perfeição, todo disco deve ser fechado como um livro em vários capítulos e o Parker acertou em cheio nesse! Proclama que nada do que fez ou fará será pelo dinheiro, ou por sua fama ou por futuros filhos, mas sim faz tudo pelo amor, no caso eu agradeço ele por essa música em especial porque se tornou rápido a favorita, com um toque intenso por trás da música do início ao fim, fazendo viagens com a guitarra e ele continua a proclamar ao mundo que tudo é passageiro e ele sabe ficar bem sozinho, e tudo que ele precisa é de mais uma hora nesse mundo, e após um tempo ele sabe que poderia ficar mais um ano com alguém e continuar rolando o mundo, arrepia do início ao fim! Com essa finalização não há muito mais o que falar, mas sim agradecer por Kevin Parker sair de sua caverna e nos presentear com essa obra prima. 



(segue a gente pra acompanhar o projeto também!)


Nenhum comentário:

Postar um comentário