O Tame Impala lançou disco a pouco tempo, em um hiato de
alguns anos vieram com uma temática que mais parece uma viagem do que algo novo
ou velho, na realidade há de se perceber, sentir e notar todos os discos e
músicas já feitas pela banda nesse disco, como uma lenta transição de
sensibilidades. O disco foi produzido, mixado e tocado todos os instrumentos por
Kevin Parker, onde
trouxe muito do seu estilo e gosto musical próprio para o
disco, tendo até umas batidas bem pop com um ritmo de 80’ bem nítido, deixando
um pouco as distorções e solos de guitarra um pouco de lado. Em diversas
entrevistas de promoção do novo disco o próprio Kevin afirma que esse é o disco
onde ele se deixou mais fluir e liberou de forma mais ampla sua criatividade intrínseca,
sendo algo bem sentimental dele mesmo, não importando tanto em como fosse soar
no fim, mas sim em fazer algo que tocasse ele no fundo. Mas tratando mais de
discorrer do disco, ele se inicia com a transcendental “One more year” e
finaliza o disco com “One more hour” que levanta a questão de que ao decorrer
de um ano por completo, sempre ao fim aparentamos pedir um pouco mais de tempo,
uma hora pelo menos. Difícil é argumentar o sentimento de Kevin e como ele
tenta explorar e expor aos seres humanos
(nós), porque é de uma complexidade
bem densa que não é perceptível tão fácil assim, como em “Instant Destiny” que
vem depois da abertura do disco e te coloca pra chacoalhar de um lugar até
Miami, onde qualquer poção mágica possa te ferver do início ao fim, e que
nenhum destino é longe demais e sim o instante deve ser o mais importante, de
algo desconecto você junta uma parte a outra e consegue entrar um pouco na
mente dele, de certa forma essa daí soa com uma forma motivacional. E
a fortíssima “Posthumous Forgiveness” que vem como uma carta a alguém que se
foi e ele ainda tem vontade de mostrar o que realmente se tornou ,
aparentemente é ao seu pai que ele gostaria de proclamar várias falas, como na
letra ele cita histórias de andar em Abbey Road e até mesmo a conversa com Mick
Jagger, ela é densa e absurdamente melancólica, mas com o instrumental deixando
bem forte os novos toque de parker ao mundo da
música, dentro da mesma música
aparenta ter lado A-B porque muda muito a sonoridade, é uma das melhores
viagens do disco! Venha com a doce “On Track” que faz toda sua aceleração do
dia se diminuir e você só quer sentir, sentir e sentir mais e mais, dizendo que
está em um caminho mais certo e que tudo há de ficar bem, é uma carta doce de
que conseguiu seguir em frente, como se em algum período desses anos algo o fez
duvidar de si e ele continua nesse caminho certo e bem, seguindo sempre. Agora
vem dançar em uma discoteca porque estou falando de “It is true” , nela a
batida te contagia e te coloca com um frenesi intenso de dança, sem guitarras
mas com muito sintetizador, a voz mais aguda no disco com mudanças pontuais pro
grave, vai ditando como se deve dançar com a sua verdade. Mas o fechamento do
disco com ‘One more hour” é uma explosão, é sensacional e beira a
perfeição,
todo disco deve ser fechado como um livro em vários capítulos e o Parker
acertou em cheio nesse! Proclama que nada do que fez ou fará será pelo
dinheiro, ou por sua fama ou por futuros filhos, mas sim faz tudo pelo amor, no
caso eu agradeço ele por essa música em especial porque se tornou rápido a
favorita, com um toque intenso por trás da música do início ao fim, fazendo
viagens com a guitarra e ele continua a proclamar ao mundo que tudo é passageiro
e ele sabe ficar bem sozinho, e tudo que ele precisa é de mais uma hora nesse
mundo, e após um tempo ele sabe que poderia ficar mais um ano com alguém e
continuar rolando o mundo, arrepia do início ao fim! Com essa finalização não
há muito mais o que falar, mas sim agradecer por Kevin Parker sair de sua
caverna e nos presentear com essa obra prima.
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