Com uma
proposta nova, vou pegar músicas que realmente sinto mexer nas nossas entranhas
e produzir um texto em cima. O primeiro é esse absurdo de música do Bring Me
The Horizon lançado a poucos dias. Então chega junto e se deliciem.
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"Ao sentir e
ouvir a primeira vez essa música foi um misto de euforia e uma ansiedade
absurda, a letra, os toques, os riffs e o absurdísmo de tudo o que vivemos, representado nessa canção feita durante a quarentena pela banda. A beira de um
colapso mundial onde estamos literalmente sem um rumo de cura ou do que for, a
canção apresenta que o maior problema nessa época não é em si o vírus e sim o
vazio dentro de nós. Começa em um ritmo mais tranquilo em que o Oliver (vocalista)
faz uma brincadeira com as palavras ao dizer que está com uma febre que ninguém
deve tocar nele, não acreditando em mais ninguém e simula um espirro, é como a
loucura em que plantamos em nossa cabeça que todos podem estar infectados e
que ninguém é viável de sua confiança, você está sozinho literalmente, fazendo
com que nos forcemos a sentir algo, como o medo no momento mas na verdade é só o
excesso da vontade de correr de tudo que sempre temos como escape nos dias “normais”,
mas isso não tem como acontecer no agora! Ai vem uma voz robótica dizendo que
mantenha a calma o fim está próximo e não há pra onde nem do que correr, que
tudo tem uma data, tem o limite e tem o fim, mas aproveite o passeio mesmo que
esse seja o fim. Em um trecho a frente é o refrão onde ele grita e exclama com
todas as palavras, será que com tudo isso vamos aprender a lição? Parece algo intragável
que vivemos mas é algo que deve sim fazer uma mudança em tudo de dentro pra fora
de nós, e parafraseando se esse suspense não te matar outra coisa vai, é hora
de mudarmos. Há um cântico dizendo que
precisamos procurar pontas de agulha em
palheiros, onde temos de achar tudo que procuramos e colocar em quarentena,
silenciando tudo e a todos, não apenas do vírus mas sim o grito de revolução,
toda voz que grita e impõe é silenciada pelo mundo que não aceita uma revolução
e um novo modo de vida, benéfico a todos, o comodismo é o maior mal em que
sentamos e ficamos. Seguindo a parte mais forte onde há gritos realmente de
guerra, onde se nota uma potência instrumental infernal, onde você se sente
mexendo por dentro com a música, onde a alma vibra, fala-se que pode fechar
suas janelas, lavar suas mãos e ficar ali sem ser infectado por nada, mas não
consegue lavar sua alma em si e apagar todas as coisas em que não se mexe e em
tudo que lhe incomoda e te suga sempre, “When life is a prison and death is the
door, this ain't a warning, this is a war, war”, como um grito de basta e acabe
tudo. Tem mais duas vezes o refrão e volta com a voz robótica onde fala que
ninguém pode te salvar, que é o intuito dessa música, vivemos momentos
estranhos e extremamente perturbadores, mas além disso, o mais assustador é dar
ouvidos a nós mesmos, agora nessa “pausa” que vivemos estamos com a vozes que
silenciamos em evidencia e temos sim que escutar e deixar sair, tratarmos de
dentro pra fora e que quando isso passar, saibamos usar tudo que vivemos e
presenciamos para algo benéfico, chega de opressão a todos, a banda nos
escreveu uma carta extremamente forte e potente para agirmos, cabe a cada um
saber como usar."
Um grande agradecimento a banda, a música me tocou muito e eu me sinto mais ciente de tudo. Talvez me faltava um grito de revolução pra que me ouvisse mais por dentro, sentindo e observando mais o "eu" em si, tirando do escuro certo demônios e trazendo a vida em resolução.
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