quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A carta aberta de Débora Louize


Hoje tem aqui muita alma e transcendência dentro da música, da paixão a escrita e aos coros nos vocais, hoje a carta aberta é com essa artista talentosíssima, estou falando da Débora, compositora, professora, cantora, musicista e muito mais. Abaixo tem o mais puro dela explicito em suas próprias palavras, pare um pouco um tempo e aproveite a leitura!

História pessoal e na música

"Bom, primeiramente meu nome é Débora Louize, tenho 24 anos, sou professora e tradutora de língua inglesa pela Alda English Life, empresa criada por mim e minha amiga/irmã Laura Zanetti, também sou cantora e me envolvo com artes de um modo geral, arte é minha vida. Eu canto desde criança, meu pai tinha um violão e sempre que pegava para tocar sertanejo eu me sentava ao lado e ficava o acompanhando na voz. Eu cresci buscando formas de me expressar e sempre me encontrei melhor na arte, eu pintava várias camisetas e panos de prato ainda com 11 e 12 anos, gostava de dançar hip hop, busquei a arte da luta com o Kung Fu, entre várias outras coisas. Quando tinha 14 me descobri do mundo do rock, me apaixonando por Linkin Park e Evanescence, foi quando eu percebi o que realmente queria da vida, que era cantar e me expressar da forma como o Chester Bennington e a Amy Lee se expressavam. Com 15 anos entrei para uma banda, com a qual comecei a perder alguns medos e estudar mais a minha voz, infelizmente a banda nunca chegou a se apresentar ao vivo e acabou não dando certo. No entanto, entre os meus 17 e 18 anos eu comecei a gravar alguns vídeos cantando e tocando violão para colocar no facebook, com isso a Luana Maran da Red Velvet viu um vídeo e me chamou para fazer um teste com a banda e cá estou desde então. Foi com elas que fiz o meu primeiro show, a primeira vez em cima de um palco e todas aquelas sensações e emoções inexplicáveis. Com a Red Velvet eu fiz várias viagens, conheci muitas pessoas, descobri novas possibilidades com a minha voz, comecei a tocar guitarra, comecei a compor músicas e desde então venho me descobrindo e redescobrindo cada vez como artista e, principalmente, como mulher artista, que é algo que torna essa jornada muito mais cheia de desafios e barreiras para quebrar. Em meio a isso eu fiz parte de outras bandas também que acabaram não dando certo, eu fiz apresentações sozinhas tocando algumas músicas minhas, já participei de um projeto junto com um amigo que é palhaço e já gravei duas músicas com outros dois artistas. Já vivi ótimas experiências musicais e espero viver muitas outras ainda."

Vida durante a pandemia


"Eu tinha muitos planos para 2020, tinha... No início da pandemia, eu achei que isso iria durar alguns dias, eu estava em casa com as pessoas que eu amo, meu pai, minha mãe e meu namorado, ficamos 15 dias de quarentena e eu achei que seria só isso – doce ilusão. Com mais dias dentro de casa, algumas responsabilidades começaram a chamar e eu tive que me organizar. Dei início as aulas dos meus alunos de modo online; na universidade, também, as aulas do mestrado se iniciaram de moto remoto, além de alguns cursos de extensão que eu resolvi me inscrever, todos online. Com essa porção de coisas acontecendo eu fiquei bem mal na segunda quinzena da quarentena, minha imunidade abaixou, eu não me sentia muito bem e acabei não tendo muito ânimo para nenhuma dessas coisas. Minha alimentação, que já não é muito boa piorou e, enfim, tudo foi bem difícil, eu parei de tocar violão e só ficava deitada na minha cama, adquiri uma certa paranoia e ansiedade que qualquer vez que eu precisasse sair de casa eu ficava muito mal, então nem em mercado eu vou mais, apenas meus pais saem de casa. Mas depois de dois meses de quarentena e várias bads eu me acostumei com essa ideia e voltei a busca pela estabilização emocional de novo. Voltei a praticar yoga 3 vezes por semana com as aulas online, estou tendo alguns cuidados tomando shots matinais e chás para a imunidade, tenho tomado sol de manhã, e passei a estudar na área externa da minha casa, com vento no rosto e minha cachorra do meu lado. Nos fins de semana eu decidi não trabalhar, nem estudar, então passo mais tempo com minha família, assistimos filme, conversamos, ou apenas limpamos a casa juntos ouvindo música alta e a cada 15 dias eu visito meu namorado, ou ele me visita e até fizemos uma música juntos, talvez um dia a gente lance, hahaha. Nós, da Red Velvet que no início da pandemia estávamos mais distantes, agora estamos tentando nos reunir (de modo online) e conversando sobre algumas futuras mudanças, estamos trampando, gravamos um vídeo recentemente que em breve estará no ar. Eu voltei a escrever e a compor, comecei a fazer alguns artesanatos também, que pretendo começar a vender em breve, então tem bastante música e arte em geral surgindo aqui durante esse quarto (??? - não tenho mais certeza de quanto tempo estou em quarentena) mês de pandemia."

Opinião do mundo atual e nosso país


"O mundo nunca foi muito favorável para pessoas que não são homens brancos heteros e ricos. Eu fico cada vez mais triste e mais desapontada com as notícias e com as coisas que leio e escuto de muitas pessoas nesse momento atual. Depois de anos de evolução a gente ainda vê notícias de crianças negras sendo mortas pela PM nas favelas, de pessoas que foram abordadas de forma brutal e até mortas simplesmente pela cor da pele. Nós vemos mulheres sendo expostas, violentadas e mortas todos os dias, simplesmente for serem mulheres, por serem vistas como objeto pelos homens. Trans e homossexuais que sofrem com a violência e preconceito diário. Recentemente até mesmo dentro da universidade que estudo houve um caso de homofobia disparado por uma docente à um aluno em meio a uma reunião com mais de 1000 pessoas assistindo. Todos esses preconceitos sempre estiveram por aí nos rondando, a luta é diária para tentar mudar isso, mas com o atual governo brasileiro houve um aval para que toda essa podridão de seres preconceituosos fosse liberada e a violência ganhou muito mais espaço. Sinto que retrocedemos muitos anos e acho, infelizmente, que não conseguiremos avançar tão cedo, pelo menos não enquanto estivermos sob comando desse governo. Eu sei que as vezes a gente acha que não pode piorar, mas olha, esse governo já provou que sempre tem como piorar, o Covid-19 não é, nem de longe, o nosso maior problema. O futuro está na mão de nós jovens, e se não fizermos algo logo, eu temo pelo que possa acontecer."

Recado da Débora do cotidiano e Débora vocalista do Red Velvet


"A Débora Louize do cotidiano é artista, a da Red Velvet também. Arte é parte do meu ser, é o que sou, eu sou arte, eu sou música, mas sou muitas outras coisas também. Eu sou um ser formado de várias partes diferentes, mas que não se dissociam entre si, apenas podem mudar e evoluir. Desta forma, o que posso dizer nesse atual momento é: tenham empatia pelo próximo, ajudem as outras pessoas, você não sabe das batalhas que cada uma luta. Não confiem em quem diga que arte não presta e não serve para nada, eu garanto que ela salva (se pá faz muito mais do que o nosso [des]governo)! Essa é a hora de buscar alguma revolução na música, na arte, na vida e mostrar a que viemos. Derrubemos o governo, derrubemos o patriarcado e derrubemos o preconceito!"


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FOTOS: Bia Colnago, Alex Reis, Marcelo Zavan, Igor Moura.

4 comentários:

  1. gostaria de uma live de vcs pelas ideias e por seus comportamentos uma live mesmo a distância seria ideal

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    1. Acompanhe a banda pelo facebook e instagram @redvelvetrock, talvez em breve role alguma live!

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  2. Sinto orgulho de ter uma amiga tão talentosa.

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