quarta-feira, 4 de agosto de 2021

O etéreo em Alcest

Você já encontrou uma banda que te proporcionasse um turbilhão de emoções diferentes cada vez que você ouvia uma única música? Essa sensação é, muitas vezes, difícil de encontrar, principalmente quando a gente não entende muito bem um contexto, uma letra ou algo assim. Com o Alcest, não é necessário saber francês (até porque muitos sons do vocal são ininteligíveis de propósito, de acordo com o Neige, fundador da banda), não é necessário um conhecimento formal de música e melodia para sentir aquilo que as canções passam, seja por se identificar com o estilo ou por elas trazerem à mente alguma lembrança no momento em que se ouve. 

O Alcest surgiu em 2000 com um som único que unia elementos do black metal e do shoegaze, formando um subgênero que alguns chamam de blackgaze, outros de atmospheric black metal, post metal, enfim, sabemos que é difícil definir em caixinhas os gêneros musicais que muitas bandas pertencem. Com seis álbuns e um ep, Neige explora sonhos e experiências espirituais que teve em sua infância, momentos cheios de sinestesia, fantasia e elementos não presentes no mundo real, fazendo com que refletisse no próprio nome da banda que, de acordo com Neige, não tem um significado específico, mas soa agradável. Neige se inspira, ainda, em pinturas, em músicas, culturas, na natureza e em tudo ao seu redor. Os álbuns alternam entre uma mistura de algo sublime e obscuro, uma sensação, muitas vezes, de desespero, mas também de alívio, um melancólico natural do ser humano, perceptível, inclusive, em elementos da natureza, como dias chuvosos, uma noite em florestas escuras, em consonância com uma visão de um pôr ou nascer do sol. As impressões deixadas pelas criações do Alcest são únicas, são profundas de maneira que poucas bandas conseguem atingir e valem indubitavelmente a pena.


LINKS DA BANDA



Autora do texto: Laura Zanetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário