Você já encontrou uma banda que te proporcionasse um turbilhão de emoções diferentes cada vez que você ouvia uma única música? Essa sensação é, muitas vezes, difícil de encontrar, principalmente quando a gente não entende muito bem um contexto, uma letra ou algo assim. Com o Alcest, não é necessário saber francês (até porque muitos sons do vocal são ininteligíveis de propósito, de acordo com o Neige, fundador da banda), não é necessário um conhecimento formal de música e melodia para sentir aquilo que as canções passam, seja por se identificar com o estilo ou por elas trazerem à mente alguma lembrança no momento em que se ouve.
O Alcest surgiu em 2000 com um som único que unia elementos
do black metal e do shoegaze, formando um subgênero que alguns chamam de
blackgaze, outros de atmospheric black metal, post metal, enfim, sabemos que é
difícil definir em caixinhas os gêneros musicais que muitas bandas pertencem.
Com seis álbuns e um ep, Neige explora sonhos e experiências espirituais que
teve em sua infância, momentos cheios de sinestesia, fantasia e elementos não
presentes no mundo real, fazendo com que refletisse no próprio nome da banda
que, de acordo com Neige, não tem um significado específico, mas soa agradável.
Neige se inspira, ainda, em pinturas, em músicas, culturas, na natureza e em
tudo ao seu redor. Os álbuns alternam entre uma mistura de algo sublime e
obscuro, uma sensação, muitas vezes, de desespero, mas também de alívio, um
melancólico natural do ser humano, perceptível, inclusive, em elementos da
natureza, como dias chuvosos, uma noite em florestas escuras, em consonância
com uma visão de um pôr ou nascer do sol. As impressões deixadas pelas criações
do Alcest são únicas, são profundas de maneira que poucas bandas conseguem
atingir e valem indubitavelmente a pena.
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